sexta-feira, 8 de junho de 2012

De cabeça pra baixo



 Tudo já está fora do normal, me afetando e me maltratando cada vez mais. Já pensei em mil besteiras, mas nenhuma delas será uma solução, mas sim um problema. Estou querendo largar tudo e seguir em frente. Talvez eu nem vá me despedir cara a cara e com palavras bonitas de ''encerramento'', apenas escrever em uma carta tudo aquilo que me incomoda, e por não conseguir aturar já estava de saída...
 Só quero proteger uma pessoa que está insegura, sem palavras bonitas, sem um abraço e um ''eu te amo'' a cada manhã e a cada noite, sem companhia, apenas solitário em uma pequena casa. Uma pessoa que a única coisa que tem está longe, que está fora do seu alcance e que está sobre proteção de outras pessoas e não dela. Isso a machuca, muito...
 Sou uma garota que não tem nada pra poder deixa-la em segurança, apenas pessoas que não dão a mínima para essa situação. Apenas ignoram por serem melhores que eu e ela e por saberem que nós duas juntas precisamos mais deles do que eles precisam da gente... Eu preciso tira-la desse sufoco o mais rápido possível, antes que eu perca a pessoa mais importante da minha vida...
 Neste exato momento estou com o coração apertado e com lágrimas pela minha face, sei lá, hoje acordei assim, meio sentimental. Querendo fazer loucuras que eu sei que não seria o melhor pra mim. Querendo gritar e dizer ''chega, eu não preciso disso'' sabendo que eu preciso aturar isso mais do que eu imagino. Querendo dizer para as pessoas que me sufocam pararem de julgar uma única pessoa sempre que há algo de errado. Cansei disso. Cansei dessas pessoas. Cansei da vida. Fico me dizendo para mim mesma, que isso já está um saco e que a única ''cura'' dessa chatice é fazer coisas drásticas comigo e em mim...
 Eu só quero o que é meu aqui do meu lado, será que é difícil me entenderam assim? Será mesmo que eu sou importante o suficiente para que eles possam parar um minuto para me ouvir? Acho que não, porque se fizessem a metade disso tudo, eu seria um pouquinho mais feliz.

Ana Carolina Araújo

Ausência



 Nervosa. Tímida. Frio na barriga. Mãos trêmulas. Sorrisos aleatórios. Todas essas sensações em um só momento. Sinto falta em senti-las de novo. Sinto falta do seu cheiro. Sinto falta da sua voz, da sua cantoria. Sinto falta da sua mão percorrendo no meu corpo do jeito mais delicado possível. Sinto falta daqueles abraços espontâneos e das palavras bonitas. Sinto falta do seu olhar, sorriso e boca. Sinto falta de ser obrigada a acordar duas da manhã atendendo a sua ligação e ouvir sua voz. Sinto falta de ir dormir ouvindo um ''eu te amo minha linda''. Sinto falta de dizer ''você é meu''... Enfim, eu sinto a sua falta... Depois de todo o sofrimento e toda a angústia eu sei que todos os minutos em tê-lo em minha vida valeram muito a pena... Chegou uma hora que eu aprendi novas coisas - das mais idiotas até as mais inteligentes- e que tudo em mim mudou... Sorria mais, cantava mais, delirava mais, te queria mais e mais. E foi ai que eu também aprendi que a vida tem uma lei: de que nada é pra sempre, que a vida é curta demais e que tudo o que é bom rende pouco... Você se foi sem dizer adeus, achei que dessa vez realmente tinha acabado pra valer. Mas durante um bom tempo eu realmente tinha te apagado – um pouco- da minha memória. Pra mim aquilo tudo não passava de uma simples e chata fase... Dai você voltou e a partir dai rolaram piadas. Brincadeiras. Indiretas. Olhares. Telefonemas. Mensagens. Beijo... Como não dizer que não mexeu comigo? O cara que eu mais queria estava ali, na minha frente, aos meus pés me pedindo mais uma chance. E mais uma vez fazendo com que eu voltasse para o passado e sofresse mais um pouco e me fazendo perder tudo aquilo que eu já tinha superado. Fez-me pensar que eu não poderia aceitá-lo mais em minha vida – porque eu sabia que não ia ser a mesma coisa. Ia ser só o recomeço de todo o sofrimento superado-. Abri mão do amor e o deixei partir. Agora, tudo o que me resta é ter que sorrir com a garganta rasgando, enquanto o vejo com outra e demonstrar que não dou à mínima quando ele aparece e fala comigo... Fingir que não resta nem um pingo de sentimento por ti não é o trabalho mais fácil do mundo, mas também não nenhuma forca. Encaro isso muito bem por sinal... Sabe, às vezes parece que você faz de propósito. Como se você quisesse me machucar cada vez mais, e o melhor de tudo é que eu estou encarando isso de frente e de cabeça erguida... Aquela época de lágrimas e de menina coitada já se foi. Agora sou outra: A menina sorridente e determinada.



Ana Carolina Araújo